“Em relação às artes, a influência da Antiguidade tem três aspectos: temas, forma e espírito. Os mitos gregos foram o outro grande tema do Renascimento artístico, juntamente com os temas cristãos; os mitos de Ovídio foram pintados por Tiziano e Correggio, Rubens e Poussin; Mantegna, Piranese e David criaram imagens visuais de Roma; Michelangelo começou sua carreira de escultor criando obras tão estreitamente próximas a modelos antigos que passaram por antigos autênticos. Sobreviveram também os gêneros de literatura antiga. Pastorais e épica, elegias e sátiras se estenderam por todos os idiomas europeus. Os músicos italianos e os empresários que criaram as primeiras óperas trataram de reconstruir o drama musical antigo; antes que se compreendesse a tragédia grega, os melodramas retóricos de Sêneca foram parte de uma influência formativa sobre a tragédia que floresceu com Marlowe e Shakespeare. Em outro campo artístico o arco do triunfo, os capitéis dóricos, jônicos e coríntios, as fontes com ninfas de mármore e deuses-rios e as urnas ornamentais proliferaram em todas as cidades. O espírito permanece ainda mais. O Marat de David, apunhalado em seu banho, relembra os suicídios filosóficos romanos; o estilo grandioso de Rafael e Milton é inseparável de seus estudos clássicos; Dante aclamava Virgílio como mestre, e pela enorme diferença de seus respectivos estilos a aclamação expressa claramente uma importante verdade.” (pp. 24-25)
“Cada geração se aproxima da Antiguidade Clássica de uma maneira distinta, extrai distintas lições da mesma, encontra coisas interessantes diferentes nela.” (p. 26)
- Griffin, Jasper. “Introducción” in Boardman, John; Griffin, Jasper; Murray, Oswyn. História Oxford Del Mundo Clássico. I. Grécia. Madrid, Alianza Editorial, 1993 (Tradução minha).
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